A recente derrota legal de Lia Thomas, nadadora transgênero dos Estados Unidos, que buscava o direito de competir nas provas femininas dos Jogos Olímpicos, reacendeu um dos debates mais controversos do esporte moderno: inclusão versus privacidade e justiça competitiva.

Nesta terça-feira, uma ex-companheira de equipe de Thomas, cuja identidade está sendo preservada, veio a público com declarações impactantes. Segundo a atleta, ela e outras nadadoras foram obrigadas a compartilhar o vestiário com Lia Thomas em múltiplas ocasiões, algo que gerou desconforto e tensão no ambiente de treino.

“Eu fui obrigada a me trocar com ele 18 vezes por semana”, afirmou em entrevista à imprensa local. “Nunca fomos consultadas. Simplesmente nos disseram que era assim que deveria ser. Não se tratava de preconceito, mas de limites pessoais e privacidade.”
A declaração surge pouco após o Comitê Arbitral do Esporte (CAS) rejeitar o recurso de Thomas, que tentava reverter as regras do COI (Comitê Olímpico Internacional) que exigem níveis específicos de testosterona para atletas trans participarem de competições femininas. Com a decisão, Lia Thomas está oficialmente fora das Olimpíadas de Paris 2024.
Grupos defensores dos direitos LGBTQIA+ classificaram a fala da ex-companheira como transfóbica, enquanto outros argumentam que o tema precisa ser discutido com mais equilíbrio e empatia para todos os lados.
“Essa situação nunca deveria ter se transformado em um ataque pessoal. Mas também não podemos ignorar os sentimentos e desconfortos de outras atletas,” comentou uma psicóloga esportiva consultada pelo canal ESPN Brasil. “Estamos em um momento de transformação cultural, e isso exige diálogo, não imposição.”
Até o momento, Lia Thomas não respondeu oficialmente às declarações da ex-colega, mas seu porta-voz afirmou que ela continua comprometida com a luta por inclusão e respeito dentro do esporte.
Enquanto isso, a discussão sobre a presença de atletas trans em competições femininas permanece viva — e mais acalorada do que nunca.