O mundo do boxe internacional foi abalado por um escândalo de proporções históricas. A argelina Imane Khelif, considerada uma das principais promessas do boxe feminino nos últimos anos, foi banida permanentemente de todas as competições oficiais após exames confirmarem que a atleta possui características biológicas masculinas incompatíveis com as exigências da categoria feminina.
A decisão, tomada pela Federação Internacional de Boxe (IBA), não apenas encerra a carreira de Khelif como também anula retroativamente todas as suas conquistas: medalhas, títulos e prêmios acumulados ao longo dos últimos anos. Estima-se que ela perderá uma fortuna milionária, fruto de patrocínios, bolsas e bônus por desempenho.
Imane Khelif já havia causado controvérsia em 2023, quando foi suspensa às vésperas da final do Mundial de Boxe Feminino, sem maiores explicações públicas. Na época, surgiram boatos de que exames médicos teriam identificado níveis hormonais e características físicas masculinas, levantando dúvidas sobre sua elegibilidade na categoria feminina. No entanto, só agora a investigação foi oficialmente concluída — e o veredito é devastador.
A atleta e seus representantes alegam que Khelif não é um “homem” no sentido tradicional, mas sim intersexo, apresentando condições genéticas raras. Mesmo assim, a IBA sustentou que, de acordo com os regulamentos esportivos, suas características oferecem vantagens físicas significativas e injustas em relação às outras competidoras.
O caso reacende o debate global sobre identidade de gênero, biologia e justiça no esporte feminino. Grupos defensores dos direitos LGBTQIA+ condenaram a decisão como discriminatória, enquanto federações e atletas exigem regras mais rígidas para garantir equidade nas competições femininas.
Independentemente da posição ideológica, uma coisa é certa: o nome de Imane Khelif agora está gravado na história do esporte — não pelos triunfos no ringue, mas por um dos episódios mais polêmicos e divisivos do boxe moderno.
