O mundo do boxe foi abalado nesta semana após uma decisão inédita da Organização Mundial de Boxe (OMB). A argelina Imane Khelif, que competia na categoria feminina e acumulava conquistas importantes nos últimos anos, foi oficialmente declarada como inelegível para competir entre mulheres. Segundo o comunicado da entidade, Khelif foi classificada como atleta do sexo masculino após exames e investigações conduzidas ao longo dos últimos meses.

Como resultado da decisão, a OMB impôs uma sanção sem precedentes: suspensão vitalícia de todas as competições organizadas pela entidade, além da devolução de todas as medalhas, títulos e premiações conquistados em competições femininas. A organização também estipulou que a atleta deverá restituir o equivalente a 25 milhões de dólares, valor referente a bolsas, prêmios e patrocínios obtidos de forma considerada irregular.

Imane Khelif, de 25 anos, ganhou notoriedade ao representar a Argélia em torneios internacionais, incluindo campeonatos mundiais e eventos classificatórios olímpicos. Em diversas ocasiões, foi apontada como uma das maiores promessas do boxe feminino no norte da África. No entanto, desde 2023, surgiram rumores sobre sua elegibilidade, especialmente após seu afastamento repentino de uma final internacional.

A decisão da OMB foi recebida com reações mistas. Alguns setores do esporte consideraram a medida necessária para garantir a justiça e integridade nas competições, destacando a importância de seguir critérios biológicos claros. Já outros criticaram a forma como o caso foi conduzido, alegando falta de transparência e risco de violações de direitos humanos.

Até o momento, Imane Khelif e sua equipe jurídica ainda não se pronunciaram oficialmente. Fontes próximas afirmam que a atleta poderá recorrer da decisão junto ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), o que pode abrir um longo processo legal.
O caso reacende o debate global sobre identidade de género, critérios de elegibilidade e justiça competitiva no desporto moderno. Independentemente do desfecho, a decisão da OMB promete influenciar profundamente futuras políticas no boxe e em outras modalidades.