A polêmica em torno da nadadora transgênero Lia Thomas voltou aos holofotes nesta semana, após uma ex-companheira de equipe vir a público exigindo um pedido de desculpas por ter sido “forçada a se despir com ela 18 vezes por semana”, durante treinos e competições universitárias.

A declaração veio logo após a derrota judicial de Lia Thomas em sua tentativa de garantir o direito de competir na categoria feminina dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A Corte Arbitral do Esporte manteve as regras da World Aquatics, que impedem atletas trans que passaram pela puberdade masculina de participarem de provas femininas de elite.
“Ninguém nos perguntou se estávamos confortáveis. Simplesmente nos disseram que era assim e pronto. Hoje, com a decisão da justiça reconhecendo a diferença biológica, acredito que merecemos um pedido de desculpas pelo que fomos obrigadas a suportar”, disse a nadadora, que preferiu permanecer anônima.
Segundo ela, as integrantes da equipe feminina da Universidade da Pensilvânia, onde Thomas competiu, foram obrigadas a dividir o vestiário com a atleta sem qualquer consulta ou preparação adequada.
“Era algo diário, constante. De segunda a sábado, duas vezes por dia. Éramos jovens, tentando focar no esporte, e isso gerava um desconforto que ninguém quis ouvir.”
Lia Thomas fez história ao se tornar a primeira mulher trans a vencer um campeonato da NCAA (liga universitária dos EUA), vencendo a prova dos 500 jardas livres em 2022. Desde então, ela se tornou um dos rostos mais emblemáticos do debate sobre inclusão, identidade de gênero e equidade no esporte.
A decisão judicial recente reacendeu as tensões sobre o tema. Enquanto grupos defensores dos direitos LGBTQIA+ condenaram a decisão como transfóbica, outros consideraram a vitória legal como uma forma de proteger a integridade das competições femininas.
Até o momento, Lia Thomas não se manifestou sobre as novas declarações da ex-companheira de equipe. A Universidade da Pensilvânia também não emitiu comunicado oficial.
Nas redes sociais, o tema voltou a dividir opiniões. Alguns usuários defenderam a coragem da ex-atleta em expor o desconforto vivido, enquanto outros a acusaram de oportunismo e intolerância.
O caso de Lia Thomas continua sendo símbolo de uma discussão global complexa, onde os direitos individuais, a ciência e os princípios do esporte ainda buscam um equilíbrio justo.